Olá, leitoras e leitores! Nosso bloguinho está de volta e temos vários conteúdos pela frente. Quem fala aqui é a Julliane, mas desta vez vocês lerão um texto da Janaína Neri, eterna redatora do nosso Ringue. No fim da página, eu conto um pouco mais sobre ela. Antes, fiquem com a reflexão pertinente sobre a publicidade em tempos de pandemia e o caso de Portugal.
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De repente, o mundo parou. As ruas esvaziaram, os comércios fecharam, as mãos se soltaram.
Tão rápido quanto silencioso, o coronavírus, identificado em terras asiáticas no final de 2019, atravessou o oceano e paralisou a Europa já no primeiro trimestre de 2020. Ainda mais rápido que essa travessia, vimos o vírus deixar o Velho Mundo para confinar tantos outros países ao redor do globo em progressão absurda.
PODE SER UMA OPORTUNIDADE, MAS NÃO TEM BRIEFING
É certo que esse caos inesperado nos trouxe a lugares jamais imaginados e mudou a forma de trabalhar, viver e se relacionar no mundo todo, em tempo recorde. Em meio a tanto silêncio, medo e incertezas, qual o papel das marcas numa crise que nos traz oportunidades, mas não um briefing? Antes de mais, é sempre bom lembrar que a linha entre a oportunidade e o oportunismo é muito tênue, principalmente quando se trata de um momento tão delicado quanto este.
MUDAM-SE AS ROTINAS, MAS NÃO SE ALTERAM AS VONTADES
Dentro ou fora de casa, as necessidades básicas do ser humano permanecem as mesmas. A grande diferença é que, em quarentena, a ansiedade fala mais alto e influencia diretamente as decisões de compra, que oscilam ainda mais entre a emoção e a razão, e é aí que as marcas devem assumir um papel diferente. O terreno é incerto, mas a empatia continua a ser a melhor forma de propagar uma marca, um serviço ou uma ideia. Num momento como esse, ganha destaque quem se mostra preparado para ajudar os consumidores em meio ao caos.
NINGUÉM ANUNCIA UMA PANDEMIA
É, por essa ninguém esperava. E se não havia marca nenhuma à espera, também não havia nenhum job pronto para ir às ruas num momento em que nos vimos obrigados a permanecer em casa. Ainda assim, algumas marcas se sobressaíram e responderam rapidamente ao caos, mudando sua estratégia, sua comunicação, seus serviços e principalmente o seu apelo, que agora soa num uníssono “fique em casa”.
Dica: é mais fácil responder rapidamente quando o posicionamento e o território da marca são identificados e praticados. A Libre pode te ajudar com isso.
O CASO DOS PORTUGUESES
Em Portugal, um dos maiores exemplos de posicionamento em meio ao caos, foi possível perceber – numa velocidade absurda – o quão rapidamente o país, e também as marcas, se adaptaram à pandemia inesperada. Antes mesmo de ter sido decretado o Estado de Emergência pelo Estado, as ruas já estavam vazias, as pessoas em casa, e o comércio fechado. O comportamento dos portugueses é exemplar e um grande diferencial no que diz respeito ao controle do avanço da doença, e também no que tange à solidariedade.
Para exemplificar o quão solidário e consciente o português pode ser, seguem algumas das medidas tomadas por marcas e instituições:
- O sistema de transporte público do país deixou de exigir a validação dos passes, a fim de evitar aglomeração, contato, e facilitar a locomoção dos profissionais essenciais.
- Hipermercado oferece pão sem custo. Operadoras de telecomunicação disponibilizam dados móveis de graça. Discoteca faz festa em streaming e reforça a importância da dança – mesmo que a pista seja a sala de casa.
- Restaurantes oferecem comida gratuita aos profissionais da saúde. Grupos concorrentes se unem para converter álcool de cerveja em álcool desinfetante.
- Agricultores do Alentejo e empresas doam cinco toneladas de farinha e massa produzidas com trigo da região à Rede de Emergência do Banco Alimentar Contra a Fome, destinadas a famílias carentes.
- Turismo de Portugal faz apelo para que os viajantes parem um momento e, por agora, não viajem.
Sim, os papéis se inverteram a ponto de uma marca pedir aos seus consumidores para não utilizar os seus serviços. Isso nos mostra que, em tempos de medo e incerteza, é preciso coragem. Coragem para ser lembrada como uma marca que pensa no bem social antes de pensar tão somente na economia. Porque se hoje os consumidores estão dentro de casa, amedrontados, amanhã eles estarão nas ruas novamente e vão lembrar com clareza (ou inconscientemente) qual foi o posicionamento adotado pelas marca. Afinal, em tempos incertos e nebulosos as ideias servem para nos clarear os caminhos.
Enquanto marca, escolha ser a luz no fim da pandemia.
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Janaína Neri é redatora, formada em Publicidade em Propaganda em 2018. Trabalha com a Libre desde fevereiro de 2018, primeiro presencialmente, depois a um oceano de distância, de Portugal, enquanto completava a pós-graduação em Branding e Content Marketing na ESCS Lisboa. Por lá, também trabalhou como gestora de projetos de branding na Excentric Grey e como redatora na LOLA Normajean, ambas agências lisboetas. Possui especializações na área de redação publicitária, redação para web e inovação digital. Em agências, atua desde 2016.