O vírus que se alastrou por todos os países tem ensinado a todos nós que pensar no próximo é a melhor estratégia
Antes de tudo, vamos retomar que a COVID-19 é a doença causada pelo coronavírus identificado pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China. Os cientistas acreditam que ela tenha sido transmitida pela carne de animais silvestres, já que os primeiros casos tiveram alguma ligação com um mercado de frutos do mar de Wuhan. Recentemente (11/03), ela foi considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma pandemia. Quando uma doença recebe esse título é porque ela está infectando muitas pessoas ao mesmo tempo e em vários países.
Ok, Libres, várias informações importantes. Mas o que tudo isso tem a ver com a minha marca?
Resumidamente, o mundo todo está um caos. Logo, o seu negócio também entra nessa dança, já que todas as pessoas estão propensas a se infectar, e portanto, é necessária a quarentena. Isso quer dizer que, com o medo de serem contaminadas, elas não frequentam mais os lugares, e que o dinheiro que elas tinham para compras é retido, uma vez que não sabem quando tudo vai acabar. Consequentemente, a economia mundial cai e a sua geração de receita também. Neste momento, é importante pensar em todos os que um dia ajudaram a sua empresa a chegar aonde ela está, tanto o público externo quanto o interno.
Muitas cidades já decretaram o fechamento das empresas, e se o seu negócio permite que os colaboradores possam trabalhar de casa, libere-os. É bom para a saúde do seu negócio e para a de todos os que trabalham com ele. Afinal, a transmissão é muito rápida: basta um espirro que duas ou três pessoas já são atingidas imediatamente (lembrando que o vírus ainda fica pairando pelo ar por mais três horas 😦). Uma pesquisa feita no Hospital Jinyintan, em Wuhan, constatou que uma pessoa infectada, continua transmitindo o vírus por cerca de 20 dias.
Veja também: sobre o RD Summit, marketing e pessoas.
Se a sua empresa realmente não pode parar, aqui vão algumas dicas para proteger o ambiente de trabalho e evitar a proliferação do coronavírus:
- Primeiro de tudo, saiba que estão no grupo de risco todas as pessoas acima dos 50 anos (e que depois dessa idade a probabilidade de contágio também é maior) e as pessoas com doenças crônicas (que têm problemas no coração, asma, hipertensão, diabetes, doenças renais e também as que fumam). Se algum dos seus colaboradores se encaixar no grupo de risco, verifique a possibilidade de adiantamento de férias ou desconto de banco de horas, por exemplo, para deixá-lo em casa;
- Ainda são poucos os estudos, mas alguns deles comprovam que crianças, apesar de não estarem no grupo de risco, podem se contaminar com o coronavírus e não apresentarem nenhum sinal (como coriza, tosses constantes e outros), e que, portanto, são potenciais transmissoras da COVID-19. Ou seja, quem possui crianças em casa deve ser avaliado de forma especial;
- Evite viagens a trabalho. A saúde da humanidade agradece;
- Se a sua empresa usa biometria, é hora de deixá-la de lado;
- Desligue o ar-condicionado e abra todas as janelas. Quanto mais troca de ar no ambiente, mais chances de que o vírus não fique por lá;
- Evite reuniões, mas, se elas forem inevitáveis, opte por locais MUITO arejados ou por salas online;
- Troque qualquer objeto compartilhável por descartáveis ou individuais, como toalhas de papel nos banheiros, copos descartáveis ou xícaras únicas. Quando não for possível, higienize-os com desinfetante, como os telefones, os corrimãos e as maçanetas;
- Lembre os funcionários de lavarem as mãos com frequência, mas, acima de tudo, ensine-os como fazer isso: muitas vezes, o que parece óbvio para um não é para todos;
- Disponibilize luvas e muito álcool em gel em pontos estratégicos da empresa;
- Deixe os colaboradores a no mínimo dois metros de distância uns dos outros, e lembre-os de evitar cumprimentos;
- Restrinja o uso do elevador e da copa;
- Se puder, altere os horários dos funcionários para que eles não enfrentem os picos no transporte público. Também incentive-os a ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o próprio carro, se for possível;
- Espalhe cartazes, como os da Libre, por toda a empresa para lembrá-los do que devem ou não fazer;
- Disponibilize roupas adequadas e máscaras para as equipes de limpeza (as luvas já são padrão);
- Se possível, adote triagens prévias para evitar que funcionários doentes entrem na empresa.
Ok, estou seguindo todas as recomendações, mas quais os sintomas da COVID-19?
O vírus Sars-Cov-2 causa sintomas – muito – parecidos com os da gripe comum e com os da rinite. A principal, e crucial, diferença está na respiração. Se o seu funcionário estiver com fadiga, respiração curta ou qualquer outro tipo de dificuldade para respirar, é hora de cuidados específicos (em Cascavel, você deve ligar no 3096-9090 para agendar o atendimento). Esse sintoma é um dos sinais da pneumonia, a fase mais grave da COVID-19.
Abaixo, trouxemos um mapa de sintomas da COVID-19, elaborado pela BBC Brasil. Entretanto, eles mesmos reforçam que uma pessoa infectada pelo coronavírus não precisa apresentar todos os sintomas e, que em alguns casos, ela pode não apresentar nenhum destes. Confira:
Veja também: como diferenciar a COVID-19 de uma gripe, resfriado ou rinite.
Um colaborador está com suspeita ou confirmação do coronavírus, e agora?
Se não puder mandar todos os funcionários para o isolamento, o indicado é que todos que tiveram contato com ele sejam isolados imediatamente. Segundo o Ministério da Saúde, “pessoas que forem classificadas como caso suspeito, confirmado, provável (contato íntimo com caso confirmado), portador sem sintoma e contactante de casos confirmados” devem ser submetidas à quarentena domiciliar ou hospitalar de no mínimo 14 dias.
Certifique-se também de que os ambientes por que ele passou sejam devidamente esterilizados. Caso sua empresa realmente precise continuar aberta, faça uma triagem dos funcionários todos os dias, antes que entrem na empresa, como já alertamos acima. Até porque, segundo os estudos feitos até agora, não há cura, vacina ou remédio específico para a COVID-19.
Em meio a todo esse pânico, minha marca precisa se posicionar?
Sua marca não precisa se posicionar. Ela DEVE fazer isso, em respeito a todos que a acompanham. Observe o que você vê nas ruas, nas redes sociais e em todos os outros meios de comunicação: só se fala da COVID-19. É o momento de se solidarizar com a humanidade. Afinal, quantos casos de grandes marcas você tem visto e admirado?
Além de emitir um comunicado dizendo que está apoiando a luta contra o coronavírus, é preciso pensar: o que a minha marca realmente pode fazer para contribuir? Muitas indústrias que trabalham com álcool, por exemplo, têm mudado a produção para fabricar álcool em gel e distribuir para a saúde pública ou comunidades carentes. Essas soluções são estratégicas para atingirem três pontos: o bem da humanidade, a responsabilidade social e a percepção de valor da marca.
Uma pequena ação de sua marca pode ajudar muita gente: doar produtos de limpeza para comunidades carentes; luvas e máscaras que vão sobrar podem salvar a vida de profissionais de saúde. E lembre-se de que sabonete já é suficiente para limpar as mãos, já que o álcool é para usar quando precisar sair e para esterilizar o que chegar da rua. Assim, se você tiver feito estoque de álcool 70%, seja líquido ou gel, e estiver em isolamento social, doe para os profissionais de saúde.
Neste post do Governo do Brasil, tem todas as informações sobre como fazer estas doações.
Isso tudo é muito legal, mas estou com medo de fechar as portas…
Junto com este medo vêm os decretos que muitas prefeituras têm publicado. Eles servem para evitar que as pessoas saiam de casa para ir até a sua empresa, mas não o proíbem de trabalhar. Logo, a recomendação é que a sua marca opere de portas fechadas ao público, entretanto, as entregas a domicílio estão permitidas. Reforce a divulgação aos seus consumidores, além de incentivar que eles fiquem em casa.
Não podemos fazer vista grossa para este tempo de crise, mas, seguindo o pilar da responsabilidade social, que mencionamos acima, grandes empresas que possuem capital reserva e/ou que trabalham com geração de crédito e empréstimo têm mudado as políticas contratuais para ajudar os pequenos negócios, como a Stone, o Itaú e o iFood, por exemplo.
Na mesma linha, muitos perfis e grupos nas redes sociais também têm trabalhado para criar nas comunidades a importância de consumir os serviços prestados pelos negócios próximos às suas casas. Procure por eles e peça que também falem sobre a sua marca. Da mesma forma, direcione suas publicações e impulsionamentos para o público do entorno da sua empresa e aproveite que as pessoas estão passando muito tempo na internet para produzir conteúdos que elas gostariam de consumir, e que, acima de tudo, tenham relação com a sua marca.
Não temos todas as respostas, mas temos algumas certezas
Para as marcas que continuam atendendo (restaurantes, farmácias e conveniências):
- Tenha a proteção e a higiene como prioridades: redobre as medidas de limpeza (e lave as mãos constantemente!). Certifique-se de que as entregas sejam seguras desde a saída da sua empresa até o cliente. Inclusive, forneça o material necessário para a saúde de quem fará as entregas, afinal, essa pessoa também está exposta.
Para aquelas com interrompimento de serviços:
- Busque alternativas: há algum serviço ou produto que posso oferecer por meio de delivery?
- Mantenha a relevância para os consumidores: preste atenção ao que o seu público está falando e entre na conversa. Muitas vezes, dar atenção a seus consumidores pode ser o principal ativo em tempos de crise.
Não sabemos quando os casos da COVID-19 vão parar de surgir no mundo, sobretudo no Brasil. Neste momento, é responsabilidade de todos nós, tanto fornecedores quanto consumidores, a ajuda mútua. Lá na frente, essa ajuda vai amenizar não só a crise financeira mundial, como também a crise emocional em que todos estamos inseridos.
Por último, não esqueça: fique em casa sempre que possível (e lave as mãos!).
>>>Curiosidade Libre: “quarentena”, originalmente, tratava-se de um período de 42 dias de isolamento de indivíduos e mercadorias provenientes de regiões onde havia epidemias de doenças contagiosas. Por extensão de sentido, o isolamento em casos semelhantes ganhou o mesmo termo, sem necessariamente corresponder a 42 dias. É possível haver quarentena de 7 ou 20 dias, por exemplo.